quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

DISCURSO DO TESOUREIRO POR OCASSIÃO DA ABERTURA DA EXPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA


Dezembro chegou e a festa dos Negros do Rosário começou. Apure seus ouvidos, ouça os sons. De diversos cantos da cidade ouvem-se os sons de tambores de caixas e pífaros a ecoar melodias tradicionais carregadas de significados na “memória coletiva” dos jardinenses, pois desde 1863 tem se executado toques semelhantes.
Percorrendo as ruas da cidade vão os Negros do Rosário. Na frente o “porta-bandeira” faz tremular o estandarte da Virgem do Rosário, outros seguram os espontões, enquanto que atrás desta plêiade vêm os tocadores carregando tambores e pífaros.
O sol insistente não desanima a cadência dos passos ritmados do grupo, que sobem e descem as ladeiras de Jardim do Seridó. O que pretendem esses personagens fantásticos? Anunciar o início das festividades em louvor de dois alvos santos da hagiografia católica: SÃO SEBASTIÃO E NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO.
As festas dos Negros do Rosário são realizadas em três dias e programação é extensa, envolvendo aspectos religiosos e sociais. Novenas, missas, procissões, encontro dos Negros do Rosário, ritual de coroação de reis negros, pavilhão da festa, leilão, bebidas e comidas típicas fazem parte das atividades das festividades. Todos esses momentos contam a participação dos Negros do Rosário pulando, dançando e se alegrando; além da real corte e seus séquitos constituídos de Reis Perpétuos, Reis do Ano, Juízes Perpétuos, Juízes do Ano, Escrivães, Presidentes e Guardas de Honra, todos vestidos a caráter, conforme manda o figurino e assistem aos atos litúrgicos das festas.
Portanto, está presente em Jardim do Seridó no período de 30 e 31 de dezembro e 1° de janeiro de cada ano é entrar em contato com esta manifestação da cultura popular mais que centenária. É perceber que entrelaçado a devoção dos santos católicos, elementos tradicionais são atualizados através de vivências e sobrevivências ancestrais.
Estes rituais são patrimônio vivo do povo jardinense e deixam marcas de encantamento em diversas pessoas, dentre elas, o fotógrafo jardinense Joaquim Júnior, que com seu olhar artístico repensou esta festa em forma de fotografias, cujo o prazer em contemplá-las teremos logo mais. Deste modo, parabenizamos e agradecemos como Tesoureiro desta venerável congregação a colaboração do fotógrafo Joaquim Júnior para o engrandecimento desta festa.
Muito obrigado.

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